Estudo pretende entender a variação das espécies de serpentes viperídeas

Foto: Chan Kin Onn

Por Giuliana Viggiano – viggiano.giuliana@gmail.com

A pesquisadora Laura Alencar do Instituto de Biociências da USP defendeu recentemente sua tese sobre o histórico evolutivo das serpentes venenosas. Ela focou no grupo das cascavéis e jararacas, pois, segundo ela, é um grupo muito grande e com diversas variações ao redor do mundo.

Na primeira parte de sua tese, Alencar estudou a filogenia [história evolutiva] genética das cobras. “Estudamos quase 80% das espécies do grupo,” relata. Para ela, saber sobre a história evolutiva dos animais é essencial para entender a conformação do meio ambiente nos dias de hoje: “Esse tipo de trabalho serve para observar o passado, tentar entender o presente e, com isso, criar projeções para o futuro”.

Ao estudar a chegada desse grupo de serpentes na América do Sul, a pesquisadora percebeu que houve um boom de crescimento no número das espécies. Para explicar a situação, Alencar crê que, quando chegaram aqui, essas cobras encontraram um ambiente muito propício para a especiação, já que antes não havia variedade desse tipo de bicho: “A migração juntamente com o desenvolvimento da fosseta loreal [dispositivo infravermelho presente nas serpentes viperídeas] fez com que o número de espécies crescesse muito”, completa.

Na segunda parte de sua tese, Alencar estudou as diferenças na morfologia [aparência externa] de espécies de serpentes arborícolas e terrestre. Isso porque todas as espécies que vivem em árvores são muito parecidas: “Todas parecem ter seguido um padrão de características, enquanto as terrestres são muito diferentes em cor, tamanho, formato da cabeça, entre outros,” enfatiza a pesquisadora.

Tendo tudo isso em vista, Laura Alencar decidiu estudar a velocidade de especiação entre as cobras arborícolas e terrestres, mas concluiu que não há diferenças notáveis entre os dois tipos de animal.

Alencar também fez questão de ressaltar a importância de sua pesquisa para estudos na área farmacêutica: “O estudo da filogenia é extremamente importante para entender as propriedades dos venenos das serpentes e, assim, facilitar a produção de diferentes fármacos”.

 

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