Pesquisadora analisa o papel de algumas células e enzimas no desenvolvimento tumoral

Reprodução: vaso sanguíneo e pericito

No âmbito de biologia genética, uma pesquisa do Instituto de Biologia da USP procurou compreender o papel o papel da lisil oxidase e dos pericitos no desenvolvimento tumoral. Aline Lopes Ribeiro conta que escolheu desenvolver esse estudo como seu tema de mestrado, desde que entrou na universidade ela tem afinidade e interesse em trabalhar com câncer, já que é uma doença bastante complexa e que aflige milhões de pessoas pelo mundo.

Pericitos são células que revestem os vasos sanguíneos, desempenhando um importante papel na estabilização e no suporte desses vasos, além disso, eles exercem funções de interação com outras células que estão em seu microambiente. Assim, pesquisadora explica que, como os pericitos compõem os vasos, essas células são bastante importantes para o crescimento do tumor, já que, segundo ela, os tumores não crescem mais do que 2 centímetros sem os vasos, pois precisam de uma irrigação sanguínea para manter um sistema de transporte de nutrientes e oxigênio. Sendo assim, é de fundamental importância, portanto, entender a biologia dos componentes dos pericitos e como podem agir em favor do desenvolvimento tumoral.

O objetivo da pesquisa desenvolvida por Aline era analisar, especificamente, como a enzima lisil oxidase (LOX) modula a atividade dos pericitos no tumor, sendo que a LOX é uma das principais enzimas que atuam sobre a matriz extracelular (uma rede estrutural complexa não celular que rodeia e suporta as células). Além disso, já é bastante estudado que, quando superexpressa em células tumorais, a LOX pode alterar a migração e invasão dessas células, promovendo a geração de metástases.

Sendo assim, Aline buscou verificar se a enzima LOX é relevante para a ativação de propriedades dos pericitos que possam contribuir para suas funções pró-tumorigênicas, como migração, proliferação e formação de vasos. A pesquisa foi desenvolvida em pericitos derivados de tecido normal e em derivados de tecido tumoral. Foi usado um inibidor da LOX nas amostras para avaliar a relevância dessa enzima na formulação dessas funções.

Segundo Aline, através do experimento foi possível observar que, ao inibir a enzima, houve uma diminuição da capacidade de migração das células e o processo de formação de vasos se tornou menos eficiente. Já na proliferação celular não houve mudanças significativas. Os dados de pesquisa indicam, portanto, que a enzima LOX pode ser importante para a ativação dos pericitos e, possivelmente, influenciam no seu comportamento no microambiente tumoral.

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