Ecoporto traz benefícios socioambientais

Entenda a relação entre Ecoporto, Hidroanel e benefícios para a população e meio-ambiente.

Foto: Grupo Metrópole Fluvial - FAU-USP

A questão das águas e a forma como a cidade e as diversas paisagens presentes nela são construídas alimentam as discussões sobre políticas públicas. A particularidade de São Paulo neste tema motivou o estudante e pesquisador da FAU, André Meloni, bolsista do Laboratório de Projeto Grupo Metrópole Fluvial, a analisar as características de um Ecoporto e como esta iniciativa pode ser implantada no Hidroanel Metropolitano de São Paulo.

Por Ecoporto entende-se espaço de entrega voluntária de resíduos sólidos. A ideia é que os moradores da região possam usufruir de um mecanismo que permita que o lixo coletado tenha um destino adequado. ”O Ecoporto é uma praça de equipamentos localizada na orla fluvial. Este espaço visa promover a educação ambiental, a prática esportiva e o desenvolvimento cultural”, explica o pesquisador. De modo geral, trata-se de um projeto de grande porte, que congrega diversas áreas relacionadas à preservação. A iniciativa, segundo Meloni, irá abrigar um ponto de coleta de lixo, micro estações de tratamento de esgoto e de águas pluviais, um centro de educação ambiental com agroflorestas e hortas orgânicas comunitárias, um balneário com piscinas e solário, um ponto de embarque de passageiros integrado com o sistema público de transporte e, no caso dos reservatórios, um estaleiro escola e uma escola de remo e vela.

Diagrama ilustra componentes do Ecoporto | Foto: Grupo Metrópole Fluvial – FAU-USP

Sobre as particularidade do caso de São Paulo, o ponto central relaciona-se com uma questão estrutural. ”As grandes metrópoles normalmente estão localizadas na foz de um rio, mas a Região Metropolitana de São Paulo, com seus 21,2 milhões de habitantes, está nas nascentes, a região menos favorecida e abastecida quando comparada com o médio e o baixo curso”, explica o pesquisador.

Todos estes apontamentos afetam, inclusive, o planejamento da pesquisa. Meloni destaca a necessidade de integrar proposta, avanços técnicos e a questão social. Se quisermos repensar a qualidade das águas urbanas, devemos conjuntamente repensar a coleta e destinação do lixo. Isso, porém, não significa limitar-se apenas a questões técnicas relacionadas à construção de determinadas obras, mas também preocupar-se com uma mudança gradual de mentalidades”, defende Meloni.

O estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo enxerga sua pesquisa como uma forma de contribuir com o desenvolvimento de uma cidade que se conecte com as águas. ”Os rios são os principais estruturadores urbanos para o desenho da cidade”, analisa. A pesquisa analisa como o desenvolvimento destes projetos que traga benefícios socioambientais. ”O desenvolvimento da cidade não deve acontecer de forma desordenada ou como subproduto espontâneo das atividades humanas, mas sim pertencente a um projeto coletivo de construção de uma metrópole fluvial, capaz de se relacionar com a condição geográfica do seu lugar, a fim de garantir saneamento ambiental urbano a todos os seus habitantes”.

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