Antibióticos ou laser: o que é melhor para tratar a hiperssensibilidade dentinária?

Estudo testa dois métodos para analisar a forma mais eficaz de tratar pacientes com dentes sensíveis

Microporos presentes no dente podem causar dores pontuais que podem ser tratadas de diversas formas. (Imagem: Lourenço Odontologia / www.lourencoodontologia.com.br/)

Uma pesquisa clínica está sendo conduzida na Faculdade de Odontologia da USP para testar a melhor maneira de se tratar a hiperssensibilidade dentinária, ou seja, a dor de dente provocada por algum estímulo pontual que resulta em fisgadas ou dores rápidas e agudas no indivíduo. Os métodos de tratamento em comparação são o uso de um laser de alta potência e a aplicação de uma pasta que contém Novamin, um antibiótico.

Conduzido pelo mestrando Vinícius Maximiano e orientado pela professora Ana Cecília Correa, o estudo está sendo realizado no Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO). A pesquisa conta com setenta pacientes, que têm desde 18 a 60 anos de idade e apresentam retração gengival ou lesão cervical não-cariosa – isto é, um desgaste perto da área da gengiva.

“Se a pessoa ingere muitos produtos ácidos, como isotônicos, álcool, frutas ou refrigerante, ocorre uma erosão dos dentes. Ao longo do tempo e com a escovação, os dentes são desgastados – o que tem ficado comum com a nossa dieta cada vez mais processada. Assim, vamos abrindo poros nos dentes, e tudo que encosta neles penetra e causa dor. Os produtos que estamos testando servem para fechar esses poros. A pasta cria cristais e fecha esses túbulos, que ficam entupidos e impedem a penetração. O laser derrete a camada superficial do dente, que escorre e fecha o poro”, explica Vinícius.

Esquema explica a causa anatômica da sensibilidade nos dentes. (Imagem: Instituto Odontológico Newton Ribeiro / http://www.institutonewtonribeiro.com.br/)

O primeiro passo do trabalho é uma triagem dos interessados que seleciona aqueles que de fato apresentam hiperssensibilidade dentinária. Depois dessa análise, as pessoas selecionadas para participar da pesquisa são aleatoriamente designadas a um dos dois grupos existentes: aqueles que serão tratados com a pasta e aqueles em quem se usará o laser. Um cientista fica responsável por tratar os indivíduos e um outro profissional se encarrega de avaliá-los e medir os resultados.

O teste é denominado “duplo-cego”, uma vez que esses dois pesquisadores têm acesso a apenas uma das duas fases do processo (ou a aplicação do tratamento ou a mensuração dos efeitos no paciente). Dessa forma, espera-se que o estudo seja o mais imparcial possível.

O objetivo final da pesquisa é comparar os tratamentos e analisar sua duração. “Sabemos que eles funcionam, mas não sabemos quanto tempo os resultados duram. Ao final, faremos uma análise estatística para ver qual funcionou melhor”, comenta Maximiano. Para possibilitar essa comparação em longo prazo, os pacientes retornam ao LELO uma semana, um mês, três meses e seis meses após o início do estudo.

A pesquisa teve início no final de 2016 e deve ser finalizada até o fim de 2018.

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