Tabaco causa morte da metade de seus usuários regulares

Imagem: Thaislane Xavier - Agência Universitária de Notícias

A epidemia global de tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos.

O hábito de fumar é um fator de risco para quase 50 doenças diferentes.

O tabagismo passivo foi a terceira maior causa de morte evitável no mundo em 2013.

O maior fator de risco para o desenvolvimento de tumores malignos.

Com cerca de 18 milhões de fumantes o Brasil representa o oitavo lugar no ranking mundial, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para diminuir esse índice e evitar doenças causadas pelo consumo da droga, o governo brasileiro cria leis. No entanto, a medida nem sempre é bem aplicada e falha caso não haja maior rigor em seu cumprimento.

De acordo com a pesquisa realizada por Camila Steffens para a sua dissertação de mestrado, “Cigarette consumers behavior: effects of smoking bans in Brazil” (Tradução Livre: Comportamento dos consumidores de cigarros: efeitos da proibição do fumo no Brasil), cerca de 80% dos fumantes iniciam a prática antes de atingir a maioridade. “Os jovens têm uma menor preocupação com o futuro, isso faz com que eles tenham maior probabilidade de começar a fumar que pessoas mais velhas”, explica a pesquisadora.

A dissertação pesquisou pessoas entre 18 e 64 anos das capitais brasileiras onde a Lei n°12.546/2011 ou Lei Antifumo passou a vigorar com a intenção de medir o quão eficaz a medida realmente era. O estudo analisou os hábitos brasileiros entre 2007 e 2013. O resultado? Houve uma diminuição de cerca de 10% do consumo de tabaco entre jovens no país.

Consumo per capita x Prevalência, Brasil – 2003 – 2017 Fonte: Elaborado pela SE-Conicq (Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos)

Entretanto, os impactos variam de região para região. No Centro-Sul, onde a lei era aplicada de forma mais rigorosa, o resultado foi mais expressivo que no Norte do país, onde as penalidades eram mais brandas.

“Com a diminuição do uso de tabaco, espera-se também melhorias na saúde em longo prazo”, continua Steffens. O cigarro pode causar mais de 50 doenças diferentes, nas mais diversas áreas, entre elas: doença coronariana, infarto, bronquite crônica e enfisema pulmonar, doenças vasculares, câncer no pulmão e outros tipos de câncer.

Outro grande problema da droga, é que ela impacta não apenas aqueles que a usam porque desejam, mas também a população no geral, já que joga na atmosfera uma fumaça nociva. De acordo com o IBGE, 13,5% dos adultos não fumantes são obrigados a conviver com tabaco em ambientes fechados no trabalho e outros 10,7% convivem com a fumaça em casa.

O consumo de cigarros e outros derivados causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões por ano ao país, R$ 39,4 bilhões com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade provocada por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.

Um estudo do Inca (Instituto Nacional de Câncer) verificou também que a arrecadação total de impostos pela União e Estados com a venda de cigarros em 2015 foi de R$ 12,9 bilhões. Ou seja, o saldo negativo do tabagismo para o país foi de R$ 44 bilhões, quando se subtrai os gastos da saúde em relação aos impostos arrecadados. Segundo Steffens se a Lei Antifumo continuar evitando que pessoas comecem a fumar, poderemos sonhar com um país mais saudável e com um saldo positivo em um futuro não tão distante.

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