Instituto de Física da USP oferece aulas no YouTube

Novos canais buscam atingir público jovem [Imagem: Reprodução]

O canal no YouTube Física Universitária foi criado pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo em 2016. O objetivo era trazer o conteúdo da graduação para uma plataforma a que todos pudessem ter acesso. Já no primeiro mês de divulgação, o canal contava com mais de 10 mil inscritos. Hoje, ele abriga 1380 vídeos.

Segundo o professor Gil da Costa Marques, docente do Instituto e quem ministra as aulas, o público vai desde universitários de cursos relacionados, a pessoas com puro interesse pelo tema. Ainda assim, os vídeos são principalmente assistidos por quem já completou ou está cursando o ensino superior. Pensando nisso, o Instituto lançou o canal Física no Ensino Médio.

O plano era expandir o propósito do primeiro: acreditamos que o conhecimento deve ser tornado público”, afirma Gil. O canal Física no Ensino Médio pretende ser um reforço no aprendizado da física básica. “O ensino de ciências no Brasil vai muito mal, basta ver os últimos resultados do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, em português].” A intenção é usar as ferramentas da Universidade para ajudar a reverter este quadro.

Neste sentido, foi criado no ano passado o mais recente dos canais do Instituto, Física na Prática. Gil Marques diz que já foi professor no ensino médio e, baseado em sua vivência, conta que a ênfase tem sido grande demais no fundamento. “Lá, o que fazemos é usar fórmula, atrás de fórmula, atrás de fórmula, e não há visualização.”

Os vídeos do novo canal seguem o caminho contrário e trazem uma nova abordagem para o ensino. Ao lado de Cláudio Furukawa, físico que trabalha nos Laboratórios Didáticos do Instituto, Gil Marques realiza experiências que tornam mais palpáveis os conhecimentos teóricos. “Elas podem ter um papel fundamental no ensino da física”, afirma o professor.

Professores do IFUSP realizam experimento de medida de massas em vídeo no canal Física na Prática [Imagem: Física na Prática/Reprodução]
Neste canal, não existem fórmulas, apenas demonstrações. Por isso, o Física na Prática tem um público bastante abrangente: jovens, universitários, adolescentes, leigos. “O objetivo é despertar vocações”, diz Gil.

Sobre o diferencial entre os canais do Instituto e os que já existem no YouTube, o professor destaca a variedade. O Física Universitária, por exemplo, aborda todos os temas da graduação em física. Segundo o professor, assistir a todos os vídeos de fato equivale a assistir a todas as aulas do curso. O alcance do conteúdo é tão grande que chega até a outros países. Atualmente, 10% dos espectadores não são brasileiros. No Física na Prática, ressalta-se a metodologia, que foge aos padrões do ensino tradicional.

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