Plataforma online identifica idosos com síndrome de fragilidade

Plataforma online é utilizada por idosos para identificação de fragilidade. Foto: Marcos Santos/USP Imagens.

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto desenvolveu uma plataforma web e móvel para a aplicação de protocolos de identificação de síndrome de fragilidade em idosos. Atualmente, uma versão funcional e estável está sendo utilizada nos atendimentos realizados no ambulatório do Centro de Saúde Escola no bairro Sumarezinho. Através da plataforma, os profissionais de saúde podem atender de forma mais integrada, ágil e dinâmica pacientes que possam ter a síndrome.

Síndrome de fragilidade, como o próprio nome já diz, é uma série de sintomas que expressa um certo grau de fragilidade na pessoa. Ela pode ser identificada por perda de peso involuntária, exaustão, fraqueza, diminuição da velocidade da marcha e do equilíbrio e diminuição da atividade física.

O autor da pesquisa, Márcio Eloi, comenta que a praticidade do processo foi peça fundamental para a realização da plataforma. Ao trabalhar em sua tese de doutorado, ele observou que vários aspectos relativos ao atendimento médico poderiam ser sofisticados. As fichas de papel utilizadas em atendimento estão sujeitas a diversos problemas como ilegibilidade, ambiguidade, perda frequente da informação, multiplicidade de pastas, dificuldade de pesquisa coletiva, falta de padronização, dificuldade de acesso, entre outros.

Eloi comenta que o projeto foi um sucesso e contempla a realidade brasileira: “os usuários aprovam a estrutura da plataforma e esta demonstra ser eficiente na aplicação dos protocolos de identificação de Síndrome de Fragilidade. O trabalho destaca-se das demais pesquisas envolvendo a tecnologia aplicada à Síndrome de Fragilidade por dispensar o uso de hardwares específicos e ter um maior envolvimento do profissional no processo”.

O pesquisador ainda destaca que o projeto tem enorme impacto na sociedade, que sofre com as mudanças tecnológicas e culturais. “Hoje vivemos uma mudança de paradigma nos sistemas de saúde, tanto público como privado. Com o envelhecimento da população, o antigo paradigma de ‘curar doenças’ se tornou insustentável”, comenta. 

Márcio diz ainda que há uma nova visão da saúde, que é abordada através de facetas multifuncionais, como a tecnologia, que ajuda a combater e prevenir doenças, como é o caso da fragilidade em idosos. “O novo paradigma propõe uma abordagem multidimensional da saúde, focada em prevenção, acompanhamento e qualidade de vida, uma vez que a Síndrome de Fragilidade possui relação com ocorrência de doenças crônicas, quedas, sintomas depressivos, entre outras limitações no idoso, sua prevenção e tratamento está totalmente alinhada com esse novo foco”, diz.

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