Sobre

O website “Memória e Resistência” é o resultado da pesquisa de Iniciação Científica (IC) intitulada “Sítios de Memória e Direitos Humanos: arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação da América Latina”, conduzida por Mariana Ramos Crivelente (2015-2017), aluna do curso de Biblioteconomia da ECA-USP. A orientação foi realizada pela Profa. Nair Yumiko Kobashi, docente sênior da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (PPGCI/ECA/USP).

Nos anos de 2018 e 2019, o website passou por um processo de aprimoramento do conteúdo, realizado por meio do projeto de Iniciação Científica “Memória e Resistência: estudo dos contextos de criação de sítios de memória política na América Latina”. Esse projeto foi desenvolvido por Caio Vargas Jatene, aluno do curso de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob a orientação da Profa. Nair Yumiko Kobashi. Em 2021, o website foi enriquecido com a incorporação do Vocabulário Controlado da Comissão da Anistia, que foi desenvolvido por Kobashi em 2014 e posteriormente convertido e disponibilizado através da ferramenta TemaTres, um software de construção e gestão de tesauros. Tal ação só foi possível graças ao apoio de Tiago Rodrigo Marçal Murakami, bibliotecário da Biblioteca da ECA/USP. Além disso, o site recebeu contribuições provenientes da pesquisa de mestrado “Dispositivos de memória e informação: lugares de memória política das ditaduras civis-militares no Cone-Sul (1990-2019)” realizada por Caio Vargas Jatene (2021).

Atualmente, o website está em constante atualização devido à pesquisa de doutorado de Caio Vargas Jatene, orientado pela Profa. Nair Yumiko Kobashi. O projeto também conta com o apoio das doutorandas Mariana Ramos Crivelente e Lais de Oliveira, todas integrantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (PPGCI/ECA/USP).

O website “Memória e Resistência” tem como principais objetivos: a) estudar e disseminar informações sobre as Ditaduras Civis-Militares que ocorreram na América Latina durante a segunda metade do século XX (1959-1990); b) disseminar informações sobre os períodos de transição democrática que sucederam o declínio dos regimes autoritários na América Latina (décadas de 1980 e 1990); c) identificar, mapear, descrever, classificar e divulgar informações sobre os locais de memória criados em virtude desses regimes ditatoriais, com o propósito de traçar um panorama amplo da construção da memória no continente latino-americano e disponibilizar essas informações para todos os públicos interessados.

Como citar: CRIVELENTE, M. R.; KOBASHI, N. Y.; JATENE, C. V.; OLIVEIRA, L. Memória e Resistência, c2017. Estudo e difusão de informações sobre as Ditaduras Civis-Militares na América Latina e sobre os lugares de construção da memória dessas ditaduras. Disponível em: https://memresist.webhostusp.sti.usp.br/.

Os lugares de memória

O projeto Memória e Resistência concentra-se na pesquisa de lugares de memória e direitos humanos relacionados às iniciativas e instituições cruciais para preservar a verdade e construir a memória dos regimes ditatoriais civis-militares que afetaram a América Latina na segunda metade do século XX (1959-1990). Esses locais abrangem uma ampla gama de manifestações, desde monumentos até organizações, arquivos, bibliotecas, páginas da web e outros, todos criados com o propósito essencial de recuperar a memória e manter a resistência viva contra essas ditaduras, buscando evitar a repetição desses eventos no futuro.

De acordo com o entendimento do historiador francês Pierre Nora, os lugares de memória são suportes materiais que consolidam e protegem a memória de um grupo, onde ela se “cristaliza e se refugia”. Para ser considerado um Lugar de Memória, é necessário ter a intencionalidade de uma comunidade, a “vontade de memória”, isto é, a intenção de depositar a memória naquele local. Na ausência desse desejo de preservar a memória, o espaço transforma-se apenas em um local histórico. Portanto, nos Lugares de Memória, convergem três dimensões: a material, a simbólica e a funcional, além da intencionalidade. Esses locais se tornam espaços rituais ricos em simbolismo, moldados pela determinação de perpetuar a memória e evitar o esquecimento.

No cenário específico da América Latina, essas instituições desempenham papéis pedagógicos, culturais, sociais, de pesquisa, conscientização e disseminação do conhecimento. Além de custodiar documentos e criar novos registros, contribuem para a construção de acervos textuais e de história oral, entre outras ações que moldam, reinterpretam e disseminam a memória como forma valiosa de conhecimento. O projeto Memória e Resistência se dedica a explorar esses espaços de preservação e ressignificação da memória, destacando sua relevância no tecido da sociedade latino-americana.

Para acessá-los clique aqui.

Vocabulário Controlado

A Comissão de Anistia do Brasil foi estabelecida em 2002 para analisar pedidos de anistia política e emitir pareceres para embasar decisões ministeriais. O projeto de gestão do acervo, conduzido em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), envolveu a digitalização dos requerimentos, armazenamento em sistema informatizado e criação de um vocabulário controlado para indexar automaticamente os documentos.

O Banco de Dados de Requerimentos da Comissão de Anistia se destaca por seu valor informativo, preservando memórias de violência e perseguição durante a ditadura. Os requerimentos testemunham tanto as perseguições quanto as reparações feitas pelo Estado. O acervo, com aproximadamente 75.000 Requerimentos de Anistia e 5 milhões de páginas digitalizadas, foi incorporado ao Programa Memória do Mundo da Unesco em 2015, reconhecendo sua importância como memória universal.

A criação do Vocabulário Controlado da Comissão de Anistia, concluído em 2014 pela Profa. Nair Yumiko Kobashi, visou superar obstáculos na localização e recuperação de dados. Composta por diversos tipos de documentos, cada requerimento demanda análise minuciosa e cruzamento de informações. Inicialmente, a gestão intuitiva do acervo foi substituída por digitalização e registro em base de dados. A ferramenta de indexação automática foi essencial para categorizar o vasto acervo.

O Vocabulário Controlado, incorporado ao banco de dados, objetivou conferir organização e precisão na recuperação dos documentos. Ele desempenhou um papel fundamental na avaliação da qualidade da indexação automática. Em síntese, o Vocabulário Controlado da Comissão de Anistia é um dispositivo de informação e memória que visa contribuir para a recuperação do acervo histórico resultante da ditadura civil-militar brasileira.

O Vocabulário Controlado da Comissão de Anistia do Brasil está disponível aqui

Como citar o vocabulário:

KOBASHI, Nair Yumiko. Vocabulário Controlado da Comissão de Anistia. 2014. Disponível em: https://memresist.webhostusp.sti.usp.br/.

Contato

Entre em contato pelo e-mail:

memoriaeresistencia@usp.br