Espaço das Artes da USP inaugura e recebe sua primeira exposição

Pós-Poéticas apresenta trabalhos de artistas da Escola de Comunicação e Artes (ECA)

Mostra reuniu trabalhos acadêmicos dos últimos dois anos pelos pós graduandos do Departamento de Artes Plásticas (CAP) e contou com performances, pinturas, fotos, gravuras, objetos e instalações. Foto: Bruna Martins/Jornal do Campus

Por Carla Camila Garcia – carla.camilag@gmail.com

O Espaço das Artes da USP, localizado na antiga sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Cidade Universitária, apresentou sua primeira exposição, Pós-Poéticas. A mostra, organizada por Marco Giannotti e Mario Ramiro, traz obras de nove artistas do programa de pós-graduação da Escola de Comunicação e Artes (ECA).

Com a conclusão da mudança do MAC para sua nova sede, no Parque do Ibirapuera, ocorrida no primeiro semestre de 2016, as antigas instalações passaram a ser administradas pelos Departamentos de Artes Plásticas, Música e Artes Cênicas da ECA, responsável pela organização da exposição Pós-Poéticas. A mostra apresentou trabalhos acadêmicos desenvolvidos nos últimos dois anos pelos pós graduandos do Departamento de Artes Plásticas (CAP) e contou com performances, pinturas, fotos, gravuras, objetos e instalações.

Os trabalhos

Ana Tomimori: na exposição são apresentados três trabalhos da artista. Hinos, que é composto pela bandeira do Brasil pintada com pó, por sabão feito de óleo de pastel e um vídeo; Bandeiras, uma intervenção urbana com embalagens de pastéis e fotos; Horizontal, bordados de 15x15cm feitos por homens. “O Espaço das Artes é muito importante para a divulgação das pesquisas, em Artes em geral, que estão sendo desenvolvidas na própria universidade, pois nós artistas não temos apenas uma produção que se possa apresentar em artigos acadêmicos, entramos em um problema quando falamos de avaliação de curriculum lattes, e toda estrutura científica que avalia uma produção artística nas faculdades.  A nossa linguagem não é só escrita, ela pode ser uma produção sonora, imagética, corporal, videográfica. Acho que a proposta do Espaço das Artes é poder compartilhar o que os alunos artistas vem desenvolvendo, pois muitos se graduam, fazem mestrado, doutorado e às vezes tem que passar novamente por um processo burocrático de buscar local para expor, que relaciona-se com editais ou um sistema das artes que muitos as vezes não se encontram inseridos”, apontou Tomimori.

Inês Bonduki: a obra Linha Vermelha une dois ensaios fotográficos, um composto por fotos tiradas no interior de vagões do metrô de São Paulo, outro, por fotos de uma companhia de dança em performance. “Não acredito que um trabalho fotográfico seja capaz de transformações efetivas na condição material da vida, mas de transformações simbólicas e sensíveis que fazem com que o olhar para as coisas se ressignifique. No caso deste trabalho, me interessa trazer uma discussão mais ampla sobre a opressão do corpo no espaço urbano, e as possibilidades de observar o corpo como termômetro para nosso estado interno: se observamos nossa condição física, somos capazes de observar nossa condição emocional e psicológica. E se ampliarmos esse olhar para o coletivo, a cidade de São Paulo, por exemplo, e virmos corpos cansados, pacificados, impotentes e amortecidos, percebemos que temos não um corpo, mas uma sociedade inteira cansada e pacificada física e psicologicamente. A dança Contato Improvisação me ensinou isso, e por isso fez tanto sentido essa aproximação dos dois universos”, explicou a artista.

Também fizeram parte da exposição trabalhos de Cássia Aranha, Andréa Tavares, Filipe Barrocas, Julia Mota, Juliano Gouveia dos Santos, Pedro Hamaya e Renato Pera.

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