Pele criada em laboratório pode substituir testes em animais

Método serve como alternativa aos testes de cosméticos em animais que deverão ser erradicados até 2019

Pele artificial pode substituir animais para testes de cosméticos. Fonte: Francisco Emolo/USP Imagens

Por Carina Brito – carinadsbrito@gmail.com

Em decisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea)  foi determinado que o Brasil não poderá fazer testes de cosméticos em animais a partir de 2019. O conselho listou 17 métodos alternativos ao uso de animais em testes, sendo dois deles a utilização de uma estrutura parecida com a pele humana. Agora as empresas estão buscando métodos alternativos para que consigam continuar realizando testes sem prejudicar outros seres vivos.

Na pesquisa Peles Artificiais: plataforma para testes de novos compostos farmacológicos e cosméticos, da professora Sylvia Stuchi Maria-Engler, é visto como a pele in vitro, uma estrutura idêntica a pele humana criada no laboratório, pode ser usada para a realização de testes de cosméticos para substituir os testes em animais. “Desenvolvemos métodos in vitro que possam responder às mais amplas questões de cunho toxicológico, farmacológico em relação à pele”, diz a professora.

O objetivo de fazer testes é saber se o produto em questão tem ação corrosiva ou irritante antes de chegar ao paciente. Várias substâncias têm esse atributo de ser um agente corrosivo que quando entram em contato com a pele, a degeneram formando uma ferida com células mortas e o tecido entra em processo de necrose. “Com isso é possível fazer a aplicação de produtos na pele reconstituída e avaliar o que acontece com a pele antes de levar o cosmético para o consumidor”.

A pele humana in vitro é desenvolvida por meio do recebimento de fragmentos de pele de pacientes doadores, através de convênios com o Hospital Universitário. Esses pequenos fragmentos são oriundos de pacientes que foram submetidos a cirurgias reparativas, plásticas ou profiláticas cuja pele foi removida e iria ser descartada.

Esse fragmento de pele é processado para tirar as células representativas da pele humana: queratinócitos, os melanócitos e os fibroblastos. Depois disso, a pele humana é reconstruída e ao final de um processo de 15 a 20 dias, é possível obter uma estrutura que, observada no microscópio, é idêntica à pele humana. ”Uma vez que fazemos as culturas dessas células representantes da pele humana, conseguimos criar um biobanco com células armazenadas de diversos pacientes”, diz Sylvia.

A forma de criar pele em laboratório é feita mundialmente e existem guias para que os testes sejam feitos de forma idêntica nos diversos laboratórios do mundo todo e que tenham a mesma resposta em tabela para classificar como corrosivo ou irritante. Apesar de todos esses estudos, produzir a pele humana é um processo muito caro que ainda precisa de apoio de empresas e laboratórios privados. Com mais investimento, será possível vender pele in vitro para empresas de cosméticos e, assim, os testes em animais poderão ser erradicados.

1 Comentário

  1. Muito proveitoso e importante criar alternativas. Atrevo-me diante das cátedras expor minha tese. Sou desenvolvedor de projetos para a área da saúde, tenho em mãos, outra alternativa que realmente substitui a pele natural humana e veterinária, Liquido a base alcoois, após polimerizado torna-se uma película nn 100% transparente,micro porosa permite ventilação do tecido danificado, elimina fungos e provoca assepsia: Obs: Pode ser substituido toda vez que for necessário, após banho e etc. Foi objeto de atenção da USP IFSC, tendo como solução para o que se destina. A exposição é extensa, caso tenham interesse, fico a disposição para maiores detalhes com dados científicos. obs 2 -produto patenteado. nome fantasia ALPHA LIFE SKIN”

Deixe uma resposta para Rubens Janota Cancelar resposta

Seu e-mail não será divulgado.


*