Pesquisa da USP desenvolve sistema de monitoramento de pessoas

Trabalho vem sendo desenvolvido entre pesquisadores da Universidade, da Faculdade Campo Limpo Paulista e da Academia Central Kungfu-Wushu

Grupo procura desenvolver um instrumento de identificação dos alunos da academia a partir de determinadas características. Foto: tecnologia.uol.com.br/ Reprodução

Por José Paulo Mendes – jpmendesg13@gmail.com

O controle do comparecimento de alunos em sala de aula é uma das tarefas mais duras para um professor realizar. Tanto é assim que existem vários modos diferentes de se medir a presença de estudantes em qualquer instância de ensino, seja na faculdade ou em uma academia de Kung-fu. Inclusive, há até mesmo quem desista de realizar qualquer tipo de assinatura em lista ou chamada para se livrar desta cansativa tarefa.

Uma pesquisa realizada em parceria pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH), a Faculdade Campo Limpo Paulista e a Academia Central Kungfu-Wushu surge para tentar resolver esse problema. Segundo o professor Norton Roman, da EACH, o grupo procura desenvolver um instrumento de identificação dos alunos da academia a partir de determinadas características.

“Fui procurado pelos responsáveis da academia para implementar um sistema de monitoramento que fornecesse os alunos presentes. Mas isso é coisa de filme, então não era, nem é possível fazer isso”, afirma Roman. “O que propus foi de tentarmos fazer uma pesquisa a respeito disso. Eles toparam e, desde então, [2015] entramos neste estudo e firmamos uma parceria entre nós [da USP], a [Faculdade] Campo Limpo Paulista e a Academia [Kungfu-Wushu]”

A pesquisa se iniciou tendo como objetivo principal a monitoria dos alunos presentes em aula sem ter de se recorrer a recursos como anotação manual ou o uso de catracas. A partir disso seria possível identificar os horários com maior ou menor presença de estudantes. Neste momento foi observada dificuldade em conciliar a qualidade das faces reais das pessoas com as suas fotos que foram disponibilizadas, isto é, os rostos eram muito diferentes das imagens.

“Normalmente durante as aulas, os alunos se encontram fora das situações ideais para serem identificados por uma câmera. Fatores como a iluminação, a movimentação do corpo ou de membros e obstáculos dificultam a identificação computadorizada das pessoas”, afirma Roman. “Enquanto o olho humano tem facilidade de ver uma imagem de uma pessoa e depois identificá-la em vários ângulos, as máquinas ainda têm dificuldade de realizar isso”.

Segundo o pesquisador, a diferença da capacidade humana para a da máquina é um fator que tem elevado peso nesse tema, pois se existisse tecnologia com tamanha qualidade, ela já seria usada, por exemplo, para monitorar aeroportos. Os instrumentos atuais de monitoramento até permitem trabalhar com situações adversas, porém, são limitadas a somente um ou dois fatores, no máximo.

O projeto apresentado tratará de um sistema limitado a estudantes e alunos, que será utilizado em ambientes não ideais, ou seja, com qualidade de imagem e iluminação limitadas. Além disso, não servirá somente para a identificação de presença e pontualidade do aluno, como também outras informações que se alterariam a depender de como serão as aulas.

“Um professor pode optar por dividir sua turma, por exemplo, em diferentes salas de aula. É preciso ter um controle sobre como serão marcadas faltas e presenças nesses casos. Ou também, como exemplo, o caso de alunos que vão à academia em um dia diferente do que o tradicional para realizar outras atividades. São coisas que ainda precisamos trabalhar”, afirma Roman.

Segundo o professor, essa linha da pesquisa ainda está no início de um projeto que irá durar pelo menos mais dois anos, que estão estabelecidos em contrato, mas para um resultado mais efetivo seria necessário um tempo maior de pesquisa. No momento, alguns critérios já estão estabelecidos e a pesquisa já começa a demonstrar sinais e caminhar por meio de um cronograma para um sistema que tenha eficiência superior a 90%.

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